Por
Sandra vitória
Alternativa agroecológica e
sustentável com elementos que podem ser encontrados facilmente em sua
propriedade: o Biodigestor
Esse foi o principal tema do
Intercâmbio Agroecológico realizado pelo Projeto Cooperar nessa última
quinta-feira (4) na comunidade Taquaraçu, em Divino. A atividade reuniu
agricultores e agricultoras da região para a troca de saberes e experiências
com os técnicos do Centro de Tecnologias da Zona da Mata (CTA-ZM) e estudantes
da UFV, juntamente com a professora de Solos, Irene Cardoso. Estiveram
presentes também integrantes do grupo Animais para Agroecologia e do grupo
Saúde Integral em Permacultura (Sauípe).
Os participantes tiveram a
oportunidade de conhecer o sistema Biodigestor, através do vídeo reproduzido
por um dos representantes do Projeto Biodigestor: uma tecnologia social no
Programa Nacional de Habitação Rural - PNHR. O vídeo, publicado em 2014 pela
Diaconia, contém informações sobre as etapas de construção e o manuseio desse sistema.
O processo de construção é bem
simples. A matéria prima necessária é o esterco de boi, de galinha ou de porco.
O Biodigestor é capaz de gerar o mesmo gás do botijão, fazendo com que a
família economize em média o equivalente a um botijão e meio de gás ao mês. A
geração de energia também é feita pelo sistema, além da liberação do
biofertilizante que fortalece e aumenta a produção de alimentos.
É
possível ter essa tecnologia no seu quintal, veja como assistindo ao vídeo
também! Clique aqui!
Na
prática, os participantes puderam ver de perto o Biodigestor na propriedade do
casal Luís Carlos e Maria Aparecida, beneficiários também do Projeto Cooperar: Superando Desigualdades de
Renda. O debate sobre o assunto despertou interesse e possibilitou o
surgimento de dúvidas, o que tornou a troca de experiências e saberes mais
significativa e proveitosa.
Os
resultados dessa tecnologia social já podem ser observados desde o seu primeiro
uso. “É muito mais econômico e saudável, tanto para quem usa quanto para a
natureza. A gente evita a fumaça do fogão à lenha e tem mais segurança com um
gás natural.” – Relata Maria Aparecida que em apenas três meses de uso já
garante resultados positivos. Uma das integrantes do grupo Animais para
Agroecologia relatou que esse processo ajuda também a valorizar a presença do
gado no campo, entre outros animais, como suínos e aves.
Sobre
a viabilidade que a alternativa assume, “basta ter criatividade. O sistema pode
ser utilizado como combustível e energia elétrica, além de várias outras
possibilidades.” – observou Felipe Peixoto, integrante do grupo Sauípe.
Para
muitos, os Intercâmbios Agroecológicos realizados funcionam como uma escola,
onde conhecimentos são trocados entre o público universitário e o público do
campo. Raquel Gomes, agricultora, esteve presente pela primeira vez em um intercâmbio,
porém relata que já adotou diversas práticas com as dicas que o seu marido leva
para a casa. “É uma troca de experiências que acontece aqui, levamos
conhecimento para a casa, colocamos em prática e tudo fica mais fácil. Estarei
presente em todos.”
A
atividade faz parte do Projeto Cooperar: superando desigualdades de renda,
executado pelo Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata, CTA-ZM, com
patrocínio da Petrobras. O projeto tem o objetivo de promover a geração de
renda a partir da inclusão produtiva e do acesso ao mercado de agricultores e
agricultoras familiares, nos municípios de Muriaé, Acaiaca, Divino e Espera
Feliz. Uma das estratégias de ação está ligada a ampliação da escala de
produção agroecológica e agregação de valor a esses produtos.
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