Vários pensamentos que buscam
alternativas sustentáveis para a agricultura reforçam a ligação existente entre
processos de mudança tecnoambientais e os condicionantes políticos, econômicos
e sociais presentes nesse processo de transição. A transformação nas formas de
circulação, distribuição e consumo de produtos agrícolas tornaram-se componentes
fundamentais no processo de construção de novas relações dos seres humanos,
entre si e com a natureza.
Neste sentido o projeto Cooperar busca promover a geração de renda a partir da
inclusão produtiva e acesso a mercados de agricultores e agricultoras
familiares dos municípios de Acaiaca, Muriaé, Divino e Espera Feliz. As ações
do projeto visam ampliar a produção agroecológica e a agregação de valor aos
produtos da agricultura familiar, promovendo a inserção dos produtos
agroecológicos nos mercados, além de melhorar o ambiente gerencial e práticas
cooperativistas e associativistas.
Com o
objetivo de capacitar os diretores da Associação de Pequenos Produtores e Produtoras
Rurais de Divino e Orizânia (CooperDom), o Cooperar realizou ontem, dia dez de setembro,
uma oficina sobre Certificação de Produtos Agroecológicos. A atividade
aconteceu na sede do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de
Divino, Minas Gerais e contou com a participação dos professores da UFV: Irene
Maria Cardoso, Marcio Gomes da Silva e do técnico e engenheiro agrônomo Breno
de Mello Silva do Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata (CTA-ZM) e
do consultor em gestão de cooperativas, Paulo Cesar Junior.
Na
oportunidade os beneficiários do projeto puderam expor suas expectativas e
dúvidas em relação às possibilidades de certificação dos produtos, no intuito
de garantir a sua valorização e o seu reconhecimento como um produto
sustentável e saudável.
Após
apresentadas às possibilidades previstas em lei, os participantes da oficina
traçaram estratégias de mobilização para darem início ao processo de
certificação. A professora Irene afirmou que levando-se em consideração a
legislação que regulamenta os produtos orgânicos no Brasil, as propriedades do grupo em questão já estão em avançado processo de
conversão agroecológica, se tornando uma facilidade para efetivação da
certificação.
Outro
ponto importante da oficina foi identificar junto aos agricultores e
agricultoras as fragilidades no processo produtivo e de processamento, aspectos
que devem ser trabalhados simultaneamente no conjunto de ações para a obtenção
da certificação.
Paulo
Junior ressaltou ainda, que a comercialização dos produtos agroecológicos nos
mercados institucionais pode ser realizada com acréscimo de 30% a mais no valor
final em relação ao mesmo produto convencional. Neste caso o produtor ganha
duplamente, pois o custo da produção agroecológica já é menor do que a produção
tradicional.
Embora
isso seja uma realidade, os agricultores e agricultoras afirmam a sua intensão
de garantir o acesso de qualquer classe social aos seus produtos
agroecológicos.
Segundo Breno
de Mello Silva, entre as famílias agricultoras envolvidas com os trabalhos do
CTA, já foram certificadas apenas famílias do município de Araponga, neste
sentido é importantíssimo iniciarmos o processo de certificação em outras cidades
já que isto é primordial para garantir o reconhecimento da produção
agroecológica e diversificar as estratégias de acesso a mercados pelos
empreendimentos.
A
iniciativa da oficina partiu do próprio empreendimento, que tem buscado
fortalecer a agroecologia a partir de princípios da economia solidária, como a
confiança e participação.
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