quinta-feira, 11 de setembro de 2014

PROJETO COOPERAR REALIZA OFICINA DE CAPACITAÇÃO COM DIRETORES SOBRE CERTIFICAÇÃO DE PRODUTOS AGROECOLÓGICOS.

Vários pensamentos que buscam alternativas sustentáveis para a agricultura reforçam a ligação existente entre processos de mudança tecnoambientais e os condicionantes políticos, econômicos e sociais presentes nesse processo de transição. A transformação nas formas de circulação, distribuição e consumo de produtos agrícolas tornaram-se componentes fundamentais no processo de construção de novas relações dos seres humanos, entre si e com a natureza.
Neste sentido o projeto Cooperar busca promover a geração de renda a partir da inclusão produtiva e acesso a mercados de agricultores e agricultoras familiares dos municípios de Acaiaca, Muriaé, Divino e Espera Feliz. As ações do projeto visam ampliar a produção agroecológica e a agregação de valor aos produtos da agricultura familiar, promovendo a inserção dos produtos agroecológicos nos mercados, além de melhorar o ambiente gerencial e práticas cooperativistas e associativistas.
Com o objetivo de capacitar os diretores da Associação de Pequenos Produtores e Produtoras Rurais de Divino e Orizânia (CooperDom), o Cooperar realizou ontem, dia dez de setembro, uma oficina sobre Certificação de Produtos Agroecológicos. A atividade aconteceu na sede do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Divino, Minas Gerais e contou com a participação dos professores da UFV: Irene Maria Cardoso, Marcio Gomes da Silva e do técnico e engenheiro agrônomo Breno de Mello Silva do Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata (CTA-ZM) e do consultor em gestão de cooperativas, Paulo Cesar Junior.
Na oportunidade os beneficiários do projeto puderam expor suas expectativas e dúvidas em relação às possibilidades de certificação dos produtos, no intuito de garantir a sua valorização e o seu reconhecimento como um produto sustentável e saudável.
Após apresentadas às possibilidades previstas em lei, os participantes da oficina traçaram estratégias de mobilização para darem início ao processo de certificação. A professora Irene afirmou que levando-se em consideração a legislação que regulamenta os produtos orgânicos no Brasil, as propriedades do grupo em questão já estão em avançado processo de conversão agroecológica, se tornando uma facilidade para efetivação da certificação.
Outro ponto importante da oficina foi identificar junto aos agricultores e agricultoras as fragilidades no processo produtivo e de processamento, aspectos que devem ser trabalhados simultaneamente no conjunto de ações para a obtenção da certificação.
Paulo Junior ressaltou ainda, que a comercialização dos produtos agroecológicos nos mercados institucionais pode ser realizada com acréscimo de 30% a mais no valor final em relação ao mesmo produto convencional. Neste caso o produtor ganha duplamente, pois o custo da produção agroecológica já é menor do que a produção tradicional.
Embora isso seja uma realidade, os agricultores e agricultoras afirmam a sua intensão de garantir o acesso de qualquer classe social aos seus produtos agroecológicos.
Segundo Breno de Mello Silva, entre as famílias agricultoras envolvidas com os trabalhos do CTA, já foram certificadas apenas famílias do município de Araponga, neste sentido é importantíssimo iniciarmos o processo de certificação em outras cidades já que isto é primordial para garantir o reconhecimento da produção agroecológica e diversificar as estratégias de acesso a mercados pelos empreendimentos.
A iniciativa da oficina partiu do próprio empreendimento, que tem buscado fortalecer a agroecologia a partir de princípios da economia solidária, como a confiança e participação. 

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